Tecnologia com potencial disruptivo, o metaverso consiste em um espaço coletivo composto de realidade virtual, aumentada e inteligência artificial, conectado à Internet, que replica a realidade através de dispositivos digitais. Trata-se de um novo mundo onde a economia criativa digital encontra organizações e usuários para realizar atividades das mais diversas.
Como o próprio nome indica, o metaverso é como o universo que excede as barreiras físicas do mundo real. “Meta” refere-se àquilo que transcende a natureza física das coisas, e “verso”, é uma redução da palavra universo.
Embora haja um longo caminho a ser percorrido para a consolidação desse “universo paralelo”, as expectativas são bastante altas. De acordo com dados da Bloomberg Inteligence, o ecossistema em torno do metaverso deve movimentar mais de R$ 4 trilhões até 2024, incluindo segmentos como RV (realidade virtual) e de RA (realidade aumentada), games e computação em nuvem.
Como isso influencia as empresas da construção civil?
O metaverso ainda está longe da realidade dos canteiros de obras brasileiros. Mas espera-se que a Internet 5G, a expansão do BIM (Building Information Modeling) e o lançamento de novos dispositivos vestíveis, com alta capacidade de processamento impulsionem as aplicações dessa tecnologia na construção civil.
Entre as companhias, o principal uso do metaverso será no desenvolvimento de jornadas mais interativas para clientes e colaboradores. O metaverso pode, por exemplo, facilitar reuniões e a integração do trabalho remoto e híbrido, bem como ser utilizado como espaço de treinamento e capacitação.
Com isso, as construtoras poderão disponibilizar treinamentos de segurança nos quais os colaboradores farão a imersão em um ambiente simulado e passarão por situações de risco para que saibam como agir em caso de risco. Esse tipo de treinamento pode ser muito útil, também, na capacitação de instaladores, que poderão aperfeiçoar boas práticas de montagem em um ambiente bastante similar ao real.
Se isso parece algo muito distante, saiba que tem empresa brasileira testando o metaverso para treinamento. A MRV, por exemplo, já realiza workshops internos com seus líderes de inovação em ambiente virtual totalmente interativo. O espaço criado no metaverso pela construtora brasileira simula exatamente o espaço físico real onde são feitos estes treinamentos, buscando maior participação e interação entre os participantes.
Interações mais reais
Ao eliminar fronteiras entre o mundo físico e digital, o metaverso promete, ainda, levar as interações a novos patamares, revolucionando a maneira de fazer negócios. Os participantes podem se envolver em economias virtuais descentralizadas, que são alimentadas por criptomoedas, possibilitando a compra, venda e troca de ativos, de imóveis, a itens de decoração.
As marcas, por sua vez, podem interagir com seu público de forma turbinada em comparação ao que ocorre hoje nas mídias sociais. Será possível visualizar produtos 3D, conversar com assistentes virtuais para tirar dúvidas, jogar um game para ganhar desconto, entre outras atividades.
Com o apoio da realidade virtual e aumentada, o metaverso pode proporcionar experiências imersivas hiper-realistas e personalizadas para compradores com interações reais entre os usuários por meio de avatares digitais.
Outra inovação é a possibilidade de comprar terrenos virtuais no metaverso, o que já vem ocorrendo no Decentraland e na The Sandbox, as duas plataformas mais usadas para acessar o metaverso atualmente. Quem adquire esses espaços virtuais pode lucrar de duas formas: abrigando diversos conteúdos (publicidade, eventos, festas, shows, desfiles, jogos) e alugando ou vendendo em transações semelhantes às que ocorrem no mercado imobiliário.
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